Características das cinco Macrorregiões do Brasil
Link da vídeo aula >>> www.youtube.com/watch?v=0bjhl3lQ4xY&t=156s
Assim como já visto numa outra aula deste canal, o IBGE foi responsável por elaborar a regionalização oficial do Brasil utilizada nos dias atuais.
E para criar essa regionalização foi utilizada uma combinação de critérios naturais, sociais e econômicos, e assim o território brasileiro foi dividido em cinco grandes regiões, também conhecidas como Macrorregiões, que são elas: a Região Norte, Região Centro-Oeste, Região Nordeste, Região Sudeste e a Região Sul. Ver imagem abaixo >>>
E será com base nessa regionalização do IBGE, que estaremos estudando um pouquinho sobre cada região do Brasil, a começar pela região Norte.
Região Norte
A região Norte é, em termos de extensão, a maior região do Brasil, com uma área de, aproximadamente, 3.853.676 km², constituída por sete estados.
Sendo estes: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Ver mapa e tabela abaixo >>>
Segundo o IBGE essa região possui uma população que ultrapassa os 18 milhões de habitantes, mas apesar do elevado número populacional, devido a sua grande extensão territorial a região possui baixa densidade demográfica, o equivalente a 4,72 hab/km2.
A maior parte da sua população encontra-se nos estados do Pará e Amazonas, que correspondem a 70% do total de habitantes.
O clima predominante nesta parte do país é o equatorial com chuvas abundantes durante boa parte do ano, mas em algumas localidades identifica-se a presença do clima tropical.
É na região norte que poderemos encontrar a maior bacia hidrográfica do mundo, a bacia do Rio Amazonas, e também o ponto mais alto do país, conhecido como o Pico da Neblina. Ver imagem abaixo >>>
Um outro aspecto físico em destaque desta região, é a presença das planícies amazônicas, do planalto das Guianas e o planalto central.
No que tange à vegetação, podemos encontrar coberturas vegetais bastante heterogêneas, como áreas de Cerrado, Campos e vegetação Litorânea,mas a principal é a floresta Amazônica, que abrange aproximadamente 80% da região Norte.
Já a economia baseia-se nas indústrias de extrativismo mineral e vegetal, no setor agropecuário e também no turismo.
Região Nordeste
A região Nordeste é a terceira maior do Brasil, com uma área de aproximadamente, 1.544.291 km2, constituída por nove estados, sendo eles : Ver mapa e tabela abaixo >>>
Com um pouco mais de 57 milhões de habitantes e uma densidade demográfica de 36,39 hab/Km², essa região possui a segunda maior população do país, e que infelizmente convive com os piores indicadores sociais do Brasil.
Mas em seu território há uma grande diferenciação de características físicas, que refletem diretamente nas atividades econômicas e sociais da população.
Portanto, engana-se quem pensa que essa região é homogênea, tanto que é possível classifica-la em 4 sub-regiões distintas : que são a zona da mata, o agreste, o sertão e o meio-norte. Ver mapa abaixo >>>
A Zona da Mata
A zona da mata corresponde a uma região de clima tropical úmido que abrange todo o litoral nordestino, desde o Rio Grande do Norte até o sul da Bahia. Essa sub-região possui a maior concentração de pessoas, tendo o maior número de grandes cidades, como Salvador, Recife e Natal.
Dentre as atividades econômicas, podemos citar o turismo, os centros comerciais, a produção de petróleo, a produção de sal marinho (Rio Grande do Norte) e as atividades industriais, como o polo industrial de Camaçari, no litoral baiano.
Destaca-se, também, a produção de cacau na Bahia, responsável por mais de 60% da produção dessa fruta no Brasil.
Anteriormente, a Zona da Mata era coberta pela Mata Atlântica, um dos biomas que abriga a maior biodiversidade do país.
Mas ainda é possível encontrar árvores de médio e grande porte, característicos desse bioma. Há também a presença de vegetações costeiras próximas do oceano.
O Agreste
O agreste está localizado entre o sertão e a zona da mata, podendo ser considerado uma zona de transição entre essas duas sub-regiões. Entre as atividades econômicas que se destacam nessa região está a pecuária, com a criação de ovinos e bovinos e o artesanato, cujos produtos costumam ser negociados em grandes feiras e centros comerciais, localizados nas principais cidades da região.
Exemplos Caruaru (Pernambuco), Campina Grande (Paraíba), Feira de Santana (Bahia), Arapiraca (Alagoas) e Itabaiana (Sergipe).
A vegetação do agreste é marcada pelo bioma da caatinga: Cactos, bromélias, algumas leguminosas e arbustos com galhos retorcidos, são característicos do local.
Mas por ser uma região de transição, ou seja, entre a zona da mata (mais úmida) e o sertão (mais seco), há locais em que o bioma da Mata Atlântica também está presente.
O Sertão
O sertão nordestino corresponde a uma área do interior do Nordeste de clima semiárido e rios intermitentes (temporários), e a atividade econômica mais produtiva dessa região nordestina é a criação de caprinos, além da criação do gado bovino, ambos de forma extensiva.
Além do gado, há a produção de algodão, com destaque para cidades da Paraíba, do Ceará e do Piauí.
Embora grande parte da região seja muito árida, há presença de locais mais úmidos, como os brejos onde é possível desenvolver a agricultura.
Além disso, em locais mais próximos do rio são Francisco são encontradas vinícolas e plantações de frutas.
Porém, vale ressaltar que o sertão nordestino apresenta um dos maiores índices de desigualdades sociais e econômicas do Brasil.
Problemas como a fome, má distribuição de renda, miséria e êxodo rural são recorrentes, sobretudo, nas cidades do interior do sertão.
O sertão é profundamente marcado pela questão da seca e da fome, o que costuma ser generalizado para todo o nordeste. Vende-se muito a imagem de que os grandes índices de miséria na região se devem à questão da seca. No entanto, é preciso desfazer alguns desses mitos.
Primeiramente, a seca não assola a maior parte da população do nordeste, uma vez que os grandes centros populacionais se encontram na região da Zona da Mata, mais próxima ao litoral e conhecida pela abundância das chuvas.
Em segundo lugar, a fome e a miséria frequentemente mostradas em reportagens e documentários estão associadas não ao clima seco, mas à concentração fundiária na região. Existe, inclusive, o jargão que diz que “o problema do Nordeste não é a seca, mas a cerca”, ou seja, poucas pessoas são donas da maior parte das terras e riquezas da região.
Indústria da Seca
Outra expressão muito utilizada por analistas e estudiosos do sertão nordestino é a Indústria da Seca. Esse termo é empregado para designar a forma com que grandes latifundiários da região, bem como alguns políticos e empresários, utilizam-se da seca do nordeste para conseguir e desviar recursos públicos, adquirir empréstimos em condições especiais e garantir votos da população, sob a promessa de acabar com a fome e a miséria das pessoas que ali habitam.
O Meio-Norte
O meio-norte abrange a transição entre o sertão e a Floresta Amazônica. Corresponde a uma área do oeste piauiense e a todo o estado do Maranhão.
A vegetação predominante é a Mata dos Cocais, com a ocorrência da Floresta Amazônica, a oeste do Maranhão, e o semiárido, na região da Caatinga, sendo a Mata dos Cocais uma zona de transição.
Mata dos Cocais
Encontra-se também no Sul dessa região a presença de Cerrado.
No meio-norte, podemos destacar o extrativismo vegetal, com o cultivo da carnaúba e do babaçu onde também há um importante complexo metalúrgico, que surgiu com o Projeto Carajás, e a construção da ferrovia que liga o Pará a São Luís do Maranhão.
A Região Centro-Oeste
A região Centro-Oeste é a segunda maior região do país em extensão territorial. Sua área é de, aproximadamente, 1.606.403 km², e é constituída de três estados.
Que são eles Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, mais o Distrito Federal, onde se localiza Brasília, a capital do país. Ver mapa e tabela abaixo >>>
O clima predominante na região é o tropical, marcado por duas estações bem definidas: o inverno seco e o verão chuvoso.
Nessa região encontram-se nascentes de importantes rios brasileiros, como o Araguaia e o Tocantins.
Já as formações vegetais são bem diferentes umas das outras. Ao norte e oeste aparece a Floresta Amazônica.
Entretanto a maior parte da região, é ocupada pelo cerrado, que é um tipo de savana com gramíneas altas, árvores e arbustos esparsos, de troncos retorcidos, folhas duras e raízes longas.
Ver imagens abaixo >>>
Além disso, é nessa região que se encontra o Pantanal, uma importante área natural por possuir uma grande diversidade em fauna e em flora, constituindo-se como um dos mais importantes domínios naturais da humanidade.
A economia do Centro-Oeste é baseada, especialmente, nas atividades agropecuárias e no extrativismo. Destacam-se a produção de soja, milho, arroz, algodão, bem como a criação de gado.
Em algumas partes da região o turismo também contribui para impulsionar a economia do Centro-Oeste.
Um outro aspecto natural em destaque nessa região é a presença de exuberantes chapadas com muitas cachoeiras, como a Chapada dos Veadeiros e a Chapada dos Guimarães.
Região Sudeste
A Região Sudeste, é a segunda menor do país em extensão territorial, abrangendo uma área de aproximadamente 924.620 km2, e é composta por quatro estados, sendo eles: Espirito Santo, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Ver mapa e tabela abaixo >>>
Ela é a região mais populosa do Brasil, com uma população que ultrapassa os 85 milhões de habitantes e uma densidade demográfica de 92,05 hab/km2.
Em relação aos seus aspectos físicos: a região Sudeste abrange, predominantemente, os climas: tropical atlântico e tropical de altitude, além de subtropical e semiárido, em algumas partes.
O relevo é composto por serras, planaltos e planícies costeiras Ver Imagem abaixo:
A sua vegetação também é bastante diversa e conta com formações como a Mata Atlântica, o Cerrado e a Caatinga (Resume-se ao Norte de MG)..
No que tange à hidrografia, há o predomínio dos rios de planalto.
Mas o destaque do sudeste brasileiro está nos seus aspectos econômicos: pois ela é considerada a região mais desenvolvida do país, correspondendo a 55,2% do PIB nacional. É, portanto, a região de maior destaque industrial, comercial e financeiro do Brasil.
Tanto que na região sudeste é possível encontrar várias indústrias de automóveis, petrolíferas e siderúrgicas.
No entanto por oferecer inúmeras oportunidades de trabalho, ela atraiu muitos migrantes e cresceu de forma desorganizada, e esse é um dos motivos do surgimento de problemas sociais como a favelização e a superpopulação.
Região Sul
A Região Sul é a menor região em extensão territorial do país, com uma área de, aproximadamente, 576.774 km2. Ela difere-se das demais regiões, especialmente, por ter sido colonizada predominantemente por europeus.
Os estados que compõe a região sul são o Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Ver mapa e tabela abaixo >>>
Aspectos sociais: Ela é a terceira região mais populosa do país, contando com mais de 29 milhões de habitantes, cerca de 14,3% da população brasileira. A densidade demográfica é de 47,59 hab/km2. É a região com os melhores indicadores sociais de saúde e educação.
A região sul possui um clima subtropical que apresenta as estações do ano bem definidas, com invernos frios e verões quentes.
As chuvas são bem distribuídas ao longo do ano e a maioria dos rios da região são de planaltos, e pertencentes a bacia do Rio Uruguai e a bacia do Rio Paraná.
A região é a segunda região do país, em termos de riqueza medidos pelo PIB, e a segunda mais industrializada. A economia baseia-se em atividades, como: o extrativismo vegetal, especialmente praticado na Mata das Araucárias. Ver imagem abaixo >>>
Mata das Araucárias
A agricultura, com destaque para a uva, o feijão e o milho; e a pecuária, voltada à indústria de laticínios e à criação de suínos. Um dos maiores atrativos turísticos da região é o Parque Nacional do Iguaçu, no estado do Paraná.
Habilidades trabalhadas:
(EF07GE15*) Descrever as características culturais, econômicas, naturais, políticas e sociais de cada região brasileira.
(EF07GE16*) Analisar em diferentes produções culturais elementos das paisagens das regiões brasileiras, em especial a região sudeste.
Referências:
Projeto Araribá: geografia: ensino fundamental / obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna; editor executivo: Fernando Carlo Vedovate – 3 Ed. – São Paulo, Moderna , 2010.
OLIC, Nelson B., SILVA, Angela C. da, LAZONO, Ruy. Vereda digital geografia. 1.ed. São Paulo: Moderna, 2012.
TERRA, Lygia, ARAUJO, Regina, GUIMARÃES, Raul B. Conexões: estudos de geografia e do Brasil. 3.ed. São Paulo: Moderna, 2015.
Regiões do Brasil. Disponível em: https://escolakids.uol.com.br/geografia/regioes-do-brasil.htm . Acesso em 31/03/2021